terça-feira, 24 de agosto de 2010

Flor ao vento

Certa tarde, deitado na grama, vi uma bella flor sendo trazida pelo vento.
Suave, ela dançou pelo ar até pousar delicadamente em meu peito.
Eu a olhei profundamente, interessado e curioso pela precisão do destino.
Reparei que também era observado de volta e ternamente a guardei em meu coração.
A bella flor se aconchegou, sorriu e fez delicias dentro de seu cantinho.

Sempre que o vento soprava ela vibrava, sentia seu farfalhar dentro de mim.
Me divertia, aquela formosa rebelde querendo ser levada pelo vento novamente,
A porta do meu coração estava fechada com a pequena la dentro, mas não trancada.
Ela estava lá, olhava pra porta, mas estava bem satisfeita em seu aconchego.

O tempo passou e cada vez que ventava a pequena flor mais se inquietava,
Aquela inquietação passou a me incomodar, e deixei a porta entre-aberta.
Mas não era tão facil sair, o canto que ela estava era aquele, onde só cabe uma flor
Sentiamos que ja era hora dela se deixar levar, mas não era fácil, então,
Escancarei a porta. Estiquei a mão. Ao soprar do vento a flor sorriu e foi-se.

Observei-a dançar, subir e descer, indo embora para onde quer que fosse.
Deitei novamente na grama, vi outras flores voando com o vento, de muitas cores e formas.
Algumas coloridas, outras grandes outras pequenas, e lá ao fundo ela ainda voava.
Um dia passara novamente e ficará até que o vento esteja forte e ela se deixe levar novamente,
Porém neste dia ela não mais chegará facilmente a seu antigo cantinho...

8 comentários:

Pamela Kenne disse...

Dificil escolher as palavras, adorei esse texto. A vida é assim mesmo, somos como flores ao vento, por mais que esteja tudo bem, muitas vezes não resistimos a tentação de "seguir o vento" e partir para o incerto de novo e quando nos arrependemos e queremos voltar, porém, as vezes é muito tarde.

Thiago Barradas disse...

Uou, Gostei mesmo... Muito bom, escreve bem, usa bem as palavras..

Fiquei até com vontade de ler mais..

RUANNA disse...

Parabéns, você tem uma escrita deliciosa que nos dar vontade de ler, ler e ler mais.

Gabriela disse...

A precisão de destino realmente me impressiona também. Você escreve muito bem, sucesso com o blog.

Camila Rocha disse...

entender a alma do escritor, saborear palavras sutilmente escolhidas...

parabéns, Catchup! você mandou bem!!

Anônimo disse...

Gostei do texto!!
bem escrito mando muito bem!!
parabéns!

Anderson Faleiro disse...

muito legal a forma como você consegue mesclar as palavras e usa-las de forma a criatem um contexto transparente para os presságios subjetivos tirarem sua imagem da essência que você propôs

gostei mesmo

http://bonecozumbie.blogspot.com/

lélhens disse...

esse presságio subjetivo, minha filha é a metáfora do bom pegador, passando o rodo nas pobres florezinhas sambando no vento.