terça-feira, 14 de setembro de 2010

...

A cada noite que chego em casa,
O cachorro pula e roda de alegria.
Meus filhos fazem barulho.
Ganho abraço quente e um beijo molhado.
Um cheiro aconchegante me invade.

Nada disso.
A casa está como deixei.
Não há latidos, não há barulho.
A não ser o da minha chave na mesa.
Não há abraços, não há beijos.
Apenas a marca da minha bunda no sofá.

6 comentários:

Nanci S. Bizutti disse...

ô eu "só" gostei muito.

Juliana Werneck disse...

Fiquei devendo o comentário aqui. Adorei o blog todo! E esse último texto, em especial. :o)
Beijo(s)!

Mariana Mendes disse...

Muito bacana seu blog!

E esse post é faz a gente parar para valorizar as coisas e pessoas que se tem!

Diulye Araujo disse...

A meu ver, me parece que ele tinha tudo, mas como ele não deu valor, hj não tem nada daquilo que deixava ele alegre

VicciVic disse...

Muito bom. Faço um paralelo com um texto de Rubem Alves chamado "Solidão Amiga".

lélhens disse...

há bunda, meu amigo. agradeça.os desbundados leriam o texto como uma espécie de afronta.