Certa tarde, deitado na grama, vi uma bella flor sendo trazida pelo vento.
Suave, ela dançou pelo ar até pousar delicadamente em meu peito.
Eu a olhei profundamente, interessado e curioso pela precisão do destino.
Reparei que também era observado de volta e ternamente a guardei em meu coração.
A bella flor se aconchegou, sorriu e fez delicias dentro de seu cantinho.
Sempre que o vento soprava ela vibrava, sentia seu farfalhar dentro de mim.
Me divertia, aquela formosa rebelde querendo ser levada pelo vento novamente,
A porta do meu coração estava fechada com a pequena la dentro, mas não trancada.
Ela estava lá, olhava pra porta, mas estava bem satisfeita em seu aconchego.
O tempo passou e cada vez que ventava a pequena flor mais se inquietava,
Aquela inquietação passou a me incomodar, e deixei a porta entre-aberta.
Mas não era tão facil sair, o canto que ela estava era aquele, onde só cabe uma flor
Sentiamos que ja era hora dela se deixar levar, mas não era fácil, então,
Escancarei a porta. Estiquei a mão. Ao soprar do vento a flor sorriu e foi-se.
Observei-a dançar, subir e descer, indo embora para onde quer que fosse.
Deitei novamente na grama, vi outras flores voando com o vento, de muitas cores e formas.
Algumas coloridas, outras grandes outras pequenas, e lá ao fundo ela ainda voava.
Um dia passara novamente e ficará até que o vento esteja forte e ela se deixe levar novamente,
Porém neste dia ela não mais chegará facilmente a seu antigo cantinho...